LIDANDO COM AS PERDAS NA MISSÃO

Marcos 6:14-29

Como temos aprendido, Jesus enviou os seus discípulos em missão (Mc 6.7-13). O próprio Jesus deixou bem claro que, mesmo ele tendo toda autoridade e poder (cf. Mc 4.35-5.43), seus discípulos enfrentaria a incredulidade das pessoas como ele havia enfrentado (Mc 6.1-6). Tal incredulidade poderia implicar na morte dos enviados. E, a morte de João Batista corrobora com essa realidade (Mc 6.14-29). Como lidamos com o agravamento da incredulidade que vem sobre a igreja? Como lidamos com a perda por causa do evangelho? Observemos o texto e aprendamos com a narrativa de Marcos.

Primeiramente, consideremos o contexto da missão (v.14-16). O evangelho estava progredindo e havia alcançado o palácio de Herodes Antipas, tetrarca da Galileia (v.14 cf. Lc 3.1; 13.31-33; 23.7-12). Envolvidos por crendices e superstições, as pessoas achavam que Jesus era um dos profetas que havia ressuscitado (v.15 cf. Mt 16.13-15). Por sua vez, Herodes parecia ter a certeza que era o próprio João Batista (v.16). Para lidar com as perdas é necessário que saibamos quem é Jesus!

            Em segundo lugar, observemos o contexto da morte de João (v.17-20). O relacionamento adúltero e incestuoso que viviam Herodes e Herodias descrevia um cenário de grande decadência moral (v.17 cf. Lv 20.21). O ódio amargurado que Herodias tinha por João Batista demonstrava a sua oposição contra a mensagem por ele pregada (v.18 cf. Mt 3.2; 4.17). A despeito disso, Herodes possuía uma atitude respeitosa com João (v.19,20). Precisamos compreender que as perdas na missão têm a ver com a pecaminosidade e a incredulidade daqueles a quem anunciamos.

            Por fim, consideremos a morte de João Batista (v.21-29). Em meio a um banquete, o pseudo-rei Herodes estava embriagado e fez promessas absurdas à filha de sua mulher (v.21,22). O pedido foi feito: a “cabeça de João” (v.23,24). A sentença foi executada sem direito de defesa para o homem justo e santo (Pv 17.15; 18,5). A morte de João é uma lembrança que santos dos Senhor podem ser alcançados pela espada, devido ao pecado das pessoas (cf. Hb 11.32-40; Ap 20.4).

O dano, a perda e a morte não são um problema para a missão. Estas coisas são conhecidas pelo próprio Senhor. Portanto, devemos ter gratidão pelos que vieram antes de nós e coragem para nos entregarmos, se necessário for. Pois como disse o missionário Jim Elliot: “Não é tolo quem abre mão do que não pode reter para ganhar o que não pode perder”